sábado, 10 de março de 2012

Missão Fotográfica: Paisagem Transgénica. Registo




Duas palavras breves no momento em que se inaugura na sala de exposições do Palácio Vila Flor uma exposição fotográfica integrada no programa de Arte e Arquitectura de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.
Com a exposição “Paisagem transgénica”, este programa mostra mais um dos suas valores, afirmando a dimensão própria, a pertinência das suas escolhas e colocando à disposição dos públicos os modos como teceu as sua relações com outras áreas de programação da Capital Europeia da Cultura. Quero agradecer à Professora Gabriela Vaz Pinheiro, agora que o programa que assinou emerge em plenitude na Guimarães 2012, a inteligência, o profissionalismo, a convicção e a exigência que trouxe a este projecto.
Um testemunho de reconhecimento também é devido aos curadores desta Missão Fotográfica, Paulo Catrica e Pedro Bandeira. Eles propuseram-se comissariar uma apropriação pelo campo artístico da fotografia de uma das realidades mais complexas do Vale do Ave e de Guimarães: aquilo a que alguns chamaram a rurbanidade, um território onde a urbanização anda a par de uma “mistura de actividades ao um nível mais capilar”, para usar uma expressão de Nuno Portas. O desafio posto aos fotógrafos convidados – Katalin Déer, Filip Dujardin, JH Engstrom e Guido Guidi foi o de registarem exactamente a outra cidade, a que não é Património da Humanidade, não é compacta, mas fragmentada e difusa, a “cidade sem modelo” e com aquela eventualmente se confronta.
Os trabalhos resultantes da missão que lhe foi atribuída, na sua diversidade técnica, de perspectiva e de ponto de aplicação formam um contributo interpetativo cujo alcance me atrevo a sublinhar. Eles permitem ao observador que se desloque, que se imiscua de outro modo no objecto. Que o reconheça de outra formas e sobre ele possa extrair ou desconstruir outras narrativas.




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