sábado, 25 de fevereiro de 2012

Registo

As minhas palavras justificam-se apenas porque hoje se abre aqui de alguma forma um espaço próprio da programação da Capital Europeia da Cultura, porventura um dos espaços mais significativos dos objectivos e princípios que presidiram à elaboração do programa artístico e cultural de Guimarães 2012: o Laboratório de Curadoria instalado na antiga Fábrica Asa Compete-me por isso saudar todos os intervenientes no processo que conduziu a este dia, responsáveis e colaboradores da Fundação Cidade de Guimarães, administradores, directores, programador e curadores, técnicos de diferentes áreas; sem esquecer os promotores e proprietários da Fábrica ASA. A eles me referirei com mais atenção no próximo dia 10 de Março, quando outros espaços da Asa receberem as exposições de arquitectura e artes plásticas, em fase final de preparação. Agradeço o seu empenho e a forma paciente mas determinada, exigente mas compreensiva e imaginativa como tornaram possível chegar aqui.
Agradeço igualmente a todos os presentes, em especial aos participantes na conferencia colectiva comissariada por Pedro Gadanho. Obrigado Isabel Carlos.
Isabel Carlos proferindo a sua conferencia no novo espaço Asa sobre a emergencia da performance nas correntes artísticas contemporâneas

Nas ultimas duas semanas tenho visitado regularmente esta nave central da Asa, que conheci há pouco mais de uma ano, quando a hipótese de ocupar a antiga ASA com programação da CEC não passava ainda de uma conversa entre mim e o Carlos Martins e Francisco Rocha Antunes. Passo a passo assisti a um processo construtivo, um processo construtivo que adopta a metodologia colaborativa a que fazemos apelo em toda a Capital Europeia da Cultura. Os meus amigos arqueólogos, com quem, por estranho que pareça, os historiadores tem mais dificuldade em estabelecer um recíproco entendimento, costumam dizer que o que perseguem é afinal o espírito do lugar. Relação invisível essa, mas onde se pressente um olho incrustado no tempo. A Asa, na sua dimensão esmagadora, conserva um espírito do lugar nas suas paredes hoje nuas e nos seus espaços despojados. Um novo espírito do lugar aqui percebemos hoje, com novos protagonistas. Mas talvez com a mesma ambição, dar continuidade ao esforço de construção humana no território.

João Serra

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