quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Caldas e Vizela

Vizela Foi na Loja do Júlio, onde (às vezes) me levam tardes de sábado, que pela primeira vez me deparei com a designação aplicada às termas de Vizela: "Rainha das Termas".
Tratava- se de uma publicação promocional que alias adquiri. Para um caldense das Caldas da Rainha, só há, evidentemente uma Rainha de Termas, ou melhor, duas, a D. Leonor e a cidade que ela fundou.
Ontem em Vizela, o general Cipriano Alves, ao interpelar- me como convidado do Rotary Club vizelense, aludiu também, em nostálgica evocação, ao título que a si própria no passado a hoje cidade de Vizela atribuiu.
Os processos de identificação e marquetingue territorial geram estes paralelismos, que em certas condições são também elementos de competição. Não me parece ser o caso de Vizela e Caldas da Rainha porque a localização distante entre si não convidava a disputa das mesmas clientelas.
Mas há a registar, de todo o modo, interessantes similitudes entre ambas. Em primeiro lugar, são termas da mesma tipologia de águas, indicadas para terapêuticas coincidentes, à cabeça das quais as das doenças do foro reumatismal. As referencias históricas bibliográficas, tanto da Química como da Medicina, são igualmente partilhadas, desde o século XVIII e bem assim os indícios que fazem remontar o seu conhecimento e utilização ao tempo dos romanos. Nos dois casos, o surto termal ocorreu no ultimo quartel do século XIX, em função de mudanças sociais e civilizacionais de que dei conta em diversos trabalhos históricos que publiquei.
Na abertura da pequena palestra que fiz em Vizela, abordei brevemente alguns destes aspectos. Mas há ainda um outro paralelismo circunstancial que não posso deixar de apontar. As Caldas, hoje da Rainha, eram, antes da autonomização municipal reconhecida em 1511, conhecidas por Caldas de Óbidos, a cujo termo pertenciam. As Caldas que mais tarde tomariam o nome de Vizela, davam anteriormente pelo nome de Caldas de... Guimarães (naturalmente).

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