quinta-feira, 3 de novembro de 2011

À janela de Abelaira

Pensava em Giovanni. Conseguiria ele despachar-se a tempo? Giovanni não fora logo recebido.
Enquanto esperava, encostou-se à varanda e olhou a rua. De uma janela vinha uma música muito antiga; não música de rádio - uma música soando a cana rachada, música de grafonola, música muito velha, música da sua adolescência; a orquestra de Jelly Roll Morton, a de Fletcher Henderson? Talvez outra.
A janela fechara-se, o resto perdeu-se, deixando nele uma terrível impressão de vazio.

Augusto Abelaira, A Cidade das Flores. 1984.

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