domingo, 2 de maio de 2010

Francois Ascher

Soube ontem, ocasionalmente, que Francois Ascher morreu. Conheci-o pessoalmente, estive com ele duas vezes, uma num seminário organizado pelo Engº Fonseca Ferreira na CCRLVT, outra na Universidade de Aveiro, numa conferência sobre Cidades patrocinada pelo Presidente Jorge Sampaio e comissariada pelo Prof. Arquitecto Nuno Portas. Obras suas fazem parte da bibliografia essencial das cadeiras que lecciono.
Sociólogo e urbanista, Ascher é autor de uma das mais estimulantes e originais reflexões sobre a mudança urbana actual, num contexto de modernização caracterizada pela emergência do que chamou "sociedade hipertexto". Ou seja uma sociedade caracterizada por laços sociais muito numerosos, muito variados, directos e mediatizados, frágeis e especializados; implicando relações sociais abertas, múltiplas, mutáveis, de escalas variáveis (do local ao global), reais e virtuais; onde os paradigmas dominantes são marcados pela complexidade, incerteza, auto-regulação, flexibilidade e governança; na qual o motor da actividade económica passou a ser de natureza cognitiva; em que a cultura é diversificada e híbrida, tendo em conta uma multipertença social e cultural.
Estão traduzidas em português duas obras de Ascher:

Metapolis. Acerca do Futuro da Cidade. Oeiras, Celta, 1998.
Novos Princípios do Urbanismo Seguido de Novos Compromissos Urbanos. Prefácio de Nuno Portas. Lisboa, Livros Horizonte, 2010.

Sobre outros trabalhos F. A., pode visitar este site e os links para que ele remete, e ler o texto com que o Le Monde assinalou a sua morte.

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