domingo, 6 de setembro de 2009

Empobrecimento

Vasco Pulido Valente, no Público de hoje:

O empobrecimento da língua (não só devido à minha idade) custa. Não se lê interminavelmente
uma prosa primária – na imprensa e nos livros que vão saindo – sem sofrer as consequências. Um dia, há pouco tempo, uma figura notável dos jornais (um director) resolveu declarar o meu “estilo” antigo. E, na medida em que usa mais de cem palavras, com certeza que é. Mas não me parece que o “estilo” SMS ou o “estilo” TV tenham aumentado consideravelmente a capacidade da expressão humana (e, em particular, da portuguesa). Sei muito bem, e tristemente, que a cultura das letras começa a desaparecer e está, a muito curto prazo, condenada. Mas não deixo de lamentar que o prazer de uma frase, de um parágrafo ou de uma vírgula maléfica se percam para sempre.

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