domingo, 23 de agosto de 2009

As duas tácticas

É uma tendência habitual nas situações em que o partido que está no Governo vai defender perante o eleitorado a sua maioria. Atacado à direita e à esquerda, critica os críticos. Temendo o esquecimento, põe em evidência a obra feita.
“Disparar em todas as direcções” é uma táctica pouco remuneradora, excepto quanto à satisfação emocional de franjas sectárias. O auto-elogio preenche discursos mas é duvidoso que obtenha uma sólida eficácia.
Resta uma outra táctica: falar consistentemente sobre o que aí vem. Encarar os eleitores como pessoas inteligentes e falar com eles de olhos nos olhos. Abandonar os sound bytes e a abertura do telejornal. Dizer o que nos propomos fazer e com quem. Com quem. Com quem.
Haverá discernimento e ânimo para esta terceira via?

2 comentários:

Isabel X disse...

Essa deve ser a primeira atitude a tomar seja em que circunstância for, na política, como em tudo na vida: vermo-nos pelos olhos dos outros, ou pelo menos tentar, partir do princípio de que são inteligentes e de que, assim sendo, deve haver alguma lógica por trás de muita coisa sem lógica aparente quando se fazemos uma análise "entrincheirada" apenas na defesa própria.
Na Arte da Guerra, Sun de Wu disse:
"Quem o inimigo conhece e a si mesmo se conhece
Nunca em cem batalhas estará em risco;
Quem o inimigo não conhece, e apenas a si mesmo
Umas vezes vencerá, e outras perderá;
Quem o inimigo não conhece, nem a si mesmo
Estará em risco em qualquer batalha."
Claro que neste caso a palavra inimigo deve ser substituída por adversário.
- Isabel X -

João Ramos Franco disse...

Caro João Serra
Estou de acordo com a terceira táctica que apresentas, mas parece-me que não temos porta-voz para a levar ao destinatário… Ou talvez tenhamos muitos mas não os querem ouvir…
Um abraço
João Ramos Franco