quarta-feira, 24 de junho de 2009

Equivalentes culinários

A reportagem no El País sobre exposição de uma jovem artista no Museo Rainha Sofia surge recheada de expressões pedidas de empréstimo à culinária. Patrícia Esquivia, escultora, é venezuelana e nasceu em 1979. A sua instalação é uma crítica aos centros culturais e museus que na ultima década brotaram como cogumelos em toda a Espanha, alguns com projecto assinado por mediáticos arquitectos, cuja programação tem sido porém decepcionante. Muitas vozes e poucas nozes, não se fazem omeletas sem ovos, o que não tem ligação sabe a alho, uma paelha não se faz em 20 minutos - são algumas das alusões culinárias usadas no texto do jornal.
Particularmente eficaz - se bem que não original - é a assimilação do processo criativo ao processo culinário. Se a culinária não é apenas o resultado de uma mistura de ingredientes (por melhores que sejam), precisa de tempo (de fogo lento), a criação deve desconfiar da facilidade, operar selecções, saber esperar, não passar ao lado da investigação. 

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