quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A hora da política (I)

Lula pediu em Nova Iorque que a política tomasse o seu lugar na crise financeira. Que ocupasse o posto de comando, uma expressão vulgarizada pelos velhos leninistas. Pedir o regresso da política não equivale a pedir o regresso dos políticos, que tem outra conotação, aliás negativa. Trata-se sobretudo de recuperar o sentido de um discurso e de tomadas de decisão. Um discurso realista, que pressuponha que a verdade é a condição da confiança (ai dos políticos cataventos que continuam a apostar em ocultações e manipulações da realidade). Tomadas de decisão que sejam claras nos objectivos e nos meios, que sejam oportunas. O sistema financeiro não é um alvo a abater (se o mercado continuar a funcionar como até aqui é o que sucederá). É um factor fundamental para a vida económica. Tem de ser preservado, saneado, racionalizado, protegido. É o que se está a fazer em diversos países europeus, em especial do Norte. 

1 comentário:

J J disse...

Algumas vozes,poucas,se têm insurgido contra a ausência de ideologias e a ilusão de que os políticos com ideais e objectivos poderiam ser substituídos,com vantagem, por burocratas sem convicções e tecnocratas sem "vida real" fora da actividade partidária.
Alguma coisa vai mudar? Ou "o Bambi, o Milou, a Maga Patalógica e o Duffy vão continuar a ganhar eleições" como escrevia ontem um dos mais prestigiados analistas norte-americanos?É que se são estes os políticos que vão intervir,a esperança não é grande...